Francisco Louçã é um dos mais brilhantes economistas portugueses, com uma larga difusão também no estrangeiro.
Teve uma intervenção política intensa e mantém a intervenção cívica para agrado de todos. Ex-deputado do Bloco de Esquerda, é Conselheiro de Estado.
Professor catedrático na Universidade de Lisboa (ISEG), deve-se-lhe, em larga medida, a diversificação dos estudos de Economia entre nós, dando sequência a nomes como João Ferreira do Amaral, Manuela Silva e José Reis.
Espírito inquieto, trabalhador incansável, tem uma vasta bibliografia, e só em 2021 escreveu o Manual de Economia Política, em co-autoria com Mariana Mortágua, e O futuro já não é o que nunca foi – Uma teoria do presente.
O primeiro desses livros representa um manual de estudo fundamental, enquanto o segundo corresponde a uma apreciação profundamente original destes tempos terríveis que vivemos.
O futuro já não é o que nunca foi estará em discussão na sessão “Pensar a Economia”, organizada pelo IDEFF, Caixa Geral de Depósitos e Ordem dos Economistas, no próximo dia 24 de março, a ter lugar na Culturgest, pelas 17h30.
Francisco Louçã junta-se, assim, à reflexão em curso sobre os caminhos da análise e dos estudos económicos, numa sessão em que João Ferreira do Amaral e Miguel Moura e Silva serão comentadores e muito contribuirão para animar o debate.
Aqui fica uma passagem do livro a abrir o apetite para a sessão na qual esperamos encontrar-vos para uma discussão livre e entusiástica.
«Todo o futuro é fabuloso», escreve Alejo Carpentier. Será? E será uma fábula feliz ou uma efabulação quimérica? A resposta está no presente, aquele que hoje vivemos, que é o de uma sociedade de medo. Foi isto que desaprendemos com a pandemia: o medo dos outros ou de nós próprios fechou-nos numa vida em zapping, mergulhou-nos em identidades ilusórias no Facebook, avassalou-nos com imagens dominadas pelo tribalismo – seja de religiões fanatizadas, seja de supremacismo agressivo. O nosso mundo está a mudar e ressurgem fantasmas do passado, a necropolítica, que usa a destruição como normalização, e a bufonaria, que eleva títeres ao poder fazendo com que, como adivinhava Foucault, «o grotesco seja um dos procedimentos essenciais da soberania arbitrária».
Inscrição gratuita através de envio de e-mail para: caixageraldedepositos@cgd.pt.